segunda-feira, 31 de março de 2014
CRIADOR E CRIATURA
Criador e criatura: Romeu Begher, o cara que em 1968 construiu essa minha guitarra aí. Impagável a expressão dele quando a viu, depois de 46 anos. Sr.Romeu era integrante dos lendários The Rebels, na virada para os anos 60.
domingo, 16 de março de 2014
R.I.P. SCOTT ASHETON
"Scott era um grande artista, eu nunca ouvi ninguém tocar bateria com mais significado do que Scott Asheton. Ele era como meu irmão. Ele e Ron deixaram um enorme legado para o mundo. Os Asheton sempre foram e continuarão a ser uma segunda família para mim.
Meus pensamentos estão com sua irmã Kathy, sua esposa e sua filha Liz Leanna, que eram a luz de sua vida."
Meus pensamentos estão com sua irmã Kathy, sua esposa e sua filha Liz Leanna, que eram a luz de sua vida."
Iggy Pop
quarta-feira, 12 de março de 2014
DO SUICÍDIO, OU POR QUEM OS SINOS DOBRAM
"O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia." (Albert Camus, escritor do Existencialismo e do Absurdo).
Perdi um amigo, perdemos Adriano Lemos. O princípio da nossa amizade foi o estilo de vida em Vespa, sementes de 2007. O chamávamos de Cientista, mas Adriano era artista. Fabiola Cally dedou: "um dos pioneiros da Toy Art no Brasil". De expressão melancólica e olhar ébrio sempre mirando qualquer coisa no chão, era o Adriano. Desse ponto de vista, considero, portanto, seus trabalhos, auto-biográficos. No ano passado ele presenteou a Scooteria Paulista com uma obra especial, a que batizei de M13. Deu que no último domingo ele consumou sua obra.
Desconheço a patologia do suicídio, acredito em hipóteses psiquiátricas e sociológicas. Por ano, mais de dez milhões de pessoas tentam, um milhão conseguem. Walmor Chagas virou estatística aos 82. Gênios como Hemingway, Santos Dumont e Van Gogh também foram tomados por esse mistério escuro que nos engole a vida numa colherada. E quem somos nós para julgá-los? Aliás, quem somos nós?
Pior mesmo é a vida como nos é oferecida. Ridículo é ir pra praia no carnaval. Feio é dirigir sozinho com o vidro fechado. Crime é dar Coca-Cola pra criança. Humilhante é ser qualquer nota, qualquer coisa, um a mais.
Desconheço a patologia do suicídio, acredito em hipóteses psiquiátricas e sociológicas. Por ano, mais de dez milhões de pessoas tentam, um milhão conseguem. Walmor Chagas virou estatística aos 82. Gênios como Hemingway, Santos Dumont e Van Gogh também foram tomados por esse mistério escuro que nos engole a vida numa colherada. E quem somos nós para julgá-los? Aliás, quem somos nós?
Pior mesmo é a vida como nos é oferecida. Ridículo é ir pra praia no carnaval. Feio é dirigir sozinho com o vidro fechado. Crime é dar Coca-Cola pra criança. Humilhante é ser qualquer nota, qualquer coisa, um a mais.
"Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague"
terça-feira, 11 de março de 2014
ADRIANO LEMOS, ADEUS AMIGO
"É quando seus amigos te surpreendem,
Deixando a vida de repente,
e não se quer acreditar
Mas essa vida é passageira,
Chorar eu sei que é besteira,
Mas meu amigo, não dá pra segurar"
(Nosso último "Ira!" então foi essa né? )
http://youtu.be/_N_DhuATj0s
Descanse em paz, Cientista.
sexta-feira, 7 de março de 2014
DE HARRISON PARA EMERSON
"Tudo tem ido rápido demais", disse Emerson Fittipaldi quando seu ídolo e amigo, George Harrison, se foi, na entrada do século. Se conheceram nos bastidores da Fórmula 1 em 1973. Admiravam um ao outro. Tiravam férias em famíla. Cinco anos antes da morte de Harrison, quase tinha ido o Emerson. Um grave acidente na Fórmula Indy encerrou a sua longeva e vitoriosa carreira. Do outro lado do oceano o amigo se solidarizou. Ele, a alma dos Beatles.
quarta-feira, 5 de março de 2014
OS ALQUIMISTAS ESTÃO CHEGANDO
1981
Deu no Jornal Hoje que...
Os computadores invadiam o Brasil e nele dava "até pra arquivar receitas de bolo".
SID VICIOUS: THE GREAT MOTORCYCLIST SWINDLE
Punk que é punk tira o banco e senta no tanque. Esse é o Cidinho Malícia, quando vivo atendia como Sid Vicious, e tocava baixo nos Sex Pistols, de 1977 a 1979, aí subiu no telhado, a banda também. Meses antes da overdose fatal, gravavam a trilha sonora do filme "The Great Rock 'n' Roll Swindle", uma sátira auto-biográfica. Nele, Sid canta C'mon Everybody, do Eddie Cochran, e pasmem, ele parece guiar uma Honda CB 350 pelas ruas de Londres. Só que não:
segunda-feira, 3 de março de 2014
THE ROCKIN' VICKERS: AS ORIGENS DE LEMMY KILMISTER
Os anos 60 são impressionantes. Na música quase tudo o que foi gravado não fez o sucesso esperado. Depois piorou pra quem toca. No final da década de 70 uma nova geração de colecionadores de compactos, DJ's da madrugada e historiadores do (anti) pop começaram a revirar a ossada dos jurássicos escondidos em depósitos, sebos, e sótãos de extintas rádios. Mais tarde as lançaram em coletâneas, até que fossem compartilhadas ao mundo pela internet. A dica do Gabriel Daher vem da Terra da Rainha.
Esses são os passos para uma outra pesquisa de utilidade pública. Quanto jovem guitarrista, o Lemmy, do Motorhead, era Mod? Há evidências.
Jogos De Lambreta Online
Curiosidade para quando o seu chefe não estiver por perto: Jogos de Lambreta. São seis fases ligeiras, aonde você é o carteiro que conduz uma motoneta por uma avenida, desviando de carros e colegas da categoria. Seu fiel amigo, um cachorro, corre contigo, e você precisa, além de acumular pontos, alimentá-lo. Para crianças de 10, 30 ou 70 anos.
domingo, 2 de março de 2014
MOTO CLUB CAMPOS: O MAIS ANTIGO DO BRASIL
Passe meia hora sentado à beira de qualquer estrada com asfalto numa manhã de domingo que você os verá aos bandos, os moto-clubes. A grande parte deles promovem encontros, viagens, recepções, trabalhos voluntários e turismo. Existe muita vida nisso, cumplicidade, política. Lá no passado havia ainda mais um elemento agregador: o bairrismo. A mais antiga agremiação data de 1932, o Moto Club Campos, inspirado no pioneiro Moto Club Brasil.
Conta a foto que nos anos 50 o scooterismo foi apadrinhado pelo motociclista, ao mesmo tempo em que a Lambretta do Brasil e a Panauto S.A. proviam material em larga escala para a popularização do motociclismo, que aconteceria na década seguinte. A verdade é que não faziam distinção de categoria, sequer chamavam a motoneta de scooter. Motoneta era motoneta e quem andava nela era motociclista. Tempo dos motores, topetes e guitarras elétricas.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
BLOCO 77: OS ORIGINAIS DO PUNK
Para a maioria dos rockeiros o carnaval é uma chatice. Quase não rola shows da sua preferência- Psycho Carnival é outra história, e está longe de ser a minha -, se você é durango não viaja, aí encontra o amigo que não viajou também porque anda liso do bolso, então vocês compram uma caixa de cerveja barata e passa a noite ouvindo uns discos com ares de resistência civil. Mas o carnaval não é mais tão nosso inimigo. Perto dos escândalos da Copa do Mundo, do Estado Violência, das alterações climáticas, do inferno que são os outros, o carnaval parece ser só... qualquer bobagem. Então apareceu o Shamil com o Risada e sua trupe, e criaram um hilário bloco amador para divertir os soldados da resistência: BLOCO 77, Os Originais do Punk. Em ritmo de marchinha eles tocam Olho Seco, Replicantes, Cólera, Ratos de Porão e Inocentes, mesclando rimas hilárias: "olha o moicano do Zezé. Será que ele é? Será que ele é?"
Depois de um ou dois ensaios abertos, agora tocam pra valer. Confira hoje, sexta-feira, às 20h na Rua Cardeal Arcoverde x R.Simão Alvares. E domingo em algum lugar. Procure infos na PÁGINA.
"Nós estamos caminhando para um grande precipício
A vergonha está presente nos jornais e nas ruas
Isto é Olho Seco
Seco, seco, seco"
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
R.I.P. Arnesto
Antes de tudo devo avisar que esse blog não é sobre óbitos. Falemos de coisas, e elas podem estar mortas. Mas falemos da cultura que se foi, da música que não emplacou, dos marginais do pop e anti-heróis desse planeta sobrecarregado de gente, gente que fica, pesando e enchendo.
O quinto finado da semana era meu vizinho. Morreu Ernesto Paulella, o personagem do Samba do Arnesto, de Adoniran Barbosa. Ele não era do Brás, era da Mooca, aonde faleceu aos 99. Quando foram apresentados, criador e criatura, o compositor disse: "você é Arnesto? Porque seu nome dá samba. Você aduvida?". Anos depois foi surpreendido pelo rádio e se emocionou. Diz ele que nunca convidou a turma para um samba, nem no Brás, nem na Mooca, e portanto, jamais deu a tal mancada. Também nunca precisou assinar em "X". Sabia escrever, era músico e advogado.
Obrigado por ter existido, Arnesto.
Ainda é cedo demais para se considerar São Paulo o túmulo do Samba, ao menos enquanto a gente tiver o privilégio de ouvir Samba do Arnesto com os Demônios da Garoa. #chupaviniciusdemoraes
R.I.P. EGON SPENGLER
Nessa semana morreu o ator e roteirista do filme Os Caça Fantasmas (Ghostbusters / EUA / 1984): Harold Ramis. Ele conseguiu aproximar o imaginário infantil da ficção científica. De fato os anos 80 recobraram esses temas sessentistas: acidentes nucleares, máquinas do tempo, paranormalidade. Nessa comédia os fantasmas têm um aspecto gasoso ou gosmento, quase monstros, inspirados em semi-deuses mitológicos. Munidos de uma arma a laser acoplada numa mochila de prótons e dos aparatos do Cadillac Fleetwood 1959 - e de mais armas que não lembro -, atendiam ao consumidor mal-assombrado com um chamado telefônico.
Harold escreveu e atuou em outros campeões de bilheteria, mas sua carreira foi de fato marcada por essa comédia sobrenatural, o grande filme da infância e adolescência de muita gente. Vá em paz, gênio!
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
R.I.P. PACO DE LUCIA
O guitarrista espanhol faleceu a poucas horas. Muitos ouviram sobre ele, sem querer já ouviram suas músicas, como pano de fundo de um jornal, em documentários, sites de turismo, no filme Kill Bill 1 (o tema Malaguena Salerosa). Morreu do coração, era intenso, como aponta sua fama de cancioneiro popular. Deixou mais de vinte discos por aí, e viajou por todo o mundo, popularizando o Flamenco por definitivo. Era apaixonado pela América espanhola, a qual dedicou um disco. Morreu no México.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
R.I.P. CYRUS
Faleceu Roger Hill, o ator que interpretou Cyrus no filme The Warriors (Guerreiros da Noite / EUA, 1979). "Can You Dig It?" Evocava a massa de quase mil membros de gangues da "Grande" Nova York na noite em que foi assassinado diante de todos os olhos, o personagem. (Queria unir, ser maior do que a polícia, do que o Estado). A pane se instalou, e em meio à confusão o assassino culpa os Warriors, a turma de Coney Island, que terão que lutar e dar fuga por caminhos escuros, sujos e violentos.
Cyrus funciona como um mito num teatro: um salvador do submundo. Ele tem muito poder, e sua mensagem, banhada em sacrifício público, provoca a ira dos anjos caídos dos subúrbios, armados, fantasiados, a postos para o combate madrugada adentro. O filme também evoca valores de lealdade e luta pela honra, acho que esse é o elemento que dá a liga ao enredo. "Can you count, suckas? I say the future is ours, if you can count".
SÃO TOMÉ DAS LETRAS: NÃO SÓ PARA LOUCOS
A Prefeitura proibiu os shows de rock'n'roll nos bares da cidade. Dia e noite, noite e dia. De um lado estão a maior parte dos seis mil moradores querendo menos baderna e menos barulho, de outro os empresários, promotores de eventos e músicos. Ela fica ao sul de Minas e seus atrativos são a natureza e o misticismo. Além das tantas grutas, cachoeiras e formações rochosas, há toda uma lenda sobre a cidade ser a sétima concentração de energia do planeta. Deve ser o quartzo, conhecido aqui e ali como "pedra-de-são-tomé". Hippies, comam com leite no café-da-manhã. E rolava uns shows eletrificados em bares e ao ar livre. Por isso alguém está mobilizando um abaixo-assinado virtual contra a lei. Agora São Tomé é só das Letras. E para onde levarão o Ventania?
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
ISLAND IN THE SUN: O ACAMPAMENTO DE VERÃO
Fazendo jus ao endereço desse blog, já estava tardando as notícias da fumaça. Hoje foi lançado o ACAMPAMENTO DE VERÃO da Scooteria Paulista. Parece hippie só que não! Pode até ser, se alguém tocar Raul.
Nos anos 80 aconteceu, em nível mundial, um verdadeiro boom das tribos, crews e gangues juvenis. Um novo sangue rebelde pulsava naquela geração, que trazia à tona a estética e a atitude Mod, Rude, Skin e Punk de forma expressiva, principalmente para o universo 2-Tempista inglês. Com um pé na Swinging London e outro no Espírito de 69, os Scooter Boys viveriam seus dias de glória. Também havia uma dose letal de patriotismo e orgulho scooterista naquelas veias. No Isle of White de 1981 reuniram 800 motonetas num estádio de futebol. (Aliás, o Isle of White é o encontro/acampamento mais antigo da categoria). Em três anos o evento migraria para as fazendas e comportaria até 12.000 participantes. Achei um vídeo que mostra um pouco da vibração dos anos 80, num Morecambe Scooter Rally. Antes de encerrar devo avisar que a motoneta, para a maioria dessa gente, era consequência de um estilo de vida mal-visto, mal-quisto e mal-interpretado pela sua geração. Faziam por onde.
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domingo, 23 de fevereiro de 2014
QUE BACANA: SUELY E OS KANTIKUS
Que bacana que anda o pré-carnaval de rua em São Paulo. Na República ontem um desses tantos blocos reuniu mais de cem foliões, estive num bar ao lado. Tocavam marchinhas tradicionais e algum samba rock antigo. Os temas e nomes desses combinados são incríveis. Existem os Acadêmicos do Baixo Augusta, Bloco Bastardo, Bloco do Lixo, Bloco da Ressaca, Jegue Elétrico. Aqui no bairro está rolando o Moocarnaval. Surgiu nesses tempos uma banda tocando pelas calçadas da cidade: Bloco 77, Os Originais do Punk ("Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero pogar"). Os camaradas do Bloco Soviético compartilharam registros hilários da Internacional ("Agregando Mais Valia ao Camarotsky").
Sugestionado pelo clima também vou marchando, esfumaçante e barulhento. Em 1968 o quinteto paulistano Suely & Os Kantikus gravou seus únicos registros fonográficos: Que Bacana / Esperanto. Na primeira conseguiram fundir o ritmo das marchinhas tradicionais na guitarra fuzzilante do Lanny Gordin, uma cosmopolita fusão. Genuíno registro da música Garage brasileira. A canção ganhou o Festival Universitário de São Paulo, (passou ao vivo na TV Tupi) e foi regravada pelo conjunto Os Carbonos no mesmo ano. Mais tarde Suely deixou os Kantikus para viver nos Estados Unidos. Lanny Gordin continuou, notável em quase tudo em que houvesse Fuzz, sua marca pessoal, uma identidade. Gravou obras primas de medalhões da Tropicália e Jovem Guarda, dividindo palco com todo mundo, até hoje. Seria inédito e lisérgico, também não nos surpreenderia tanto, um bloco dedicado à essa geração: Unidos Pelo Esperanto ("Eu vou, por que não? Por que não? Por que não?")
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
THE VENTURES: CONDECORAÇÕES AOS VETERANOS
Pergunta que não cala: qual é a banda ativa mais antiga do rock? Falam por aí dos Rolling Stones. Diversos sites apontam para os Shadows e Golden Earrings. Mas não! Também me refiro às bandas que nunca interromperam as atividades, que mantém a formação original até o último suspiro, que produzem, se apresentam, lançam discos. Chuck Berry e Fats Domino não contam, eles são eles, e uma banda atrás. O Matusalém do rock'n'roll se chama THE VENTURES.
Em 1958 os guitarristas Don Wilson e Bob Bogle montaram o The Versatones, tocando o estilo instrumental por bares e festas privadas da região de Seattle (EUA). No ano seguinte definiram a sonoridade, a formação, o nome, e gravaram o Jazz "Walk Don't Run" no estilo que eles próprios eternizariam: o Surf Music. A princípio nenhuma gravadora se interessou. Foi aí que a mãe do Don Wilson resolveu dar uma mão e montou a Blue Horizon Records, de onde saíram os primeiros registros. Daí em diante foi questão de meses até assinarem um bom contrato e decolarem. A primeira apresentação em TV foi já em 1960, num programa de auditório de sábado a noite:
Estamos em 2014, e 56 anos se passaram. Nunca pararam, jamais cancelaram uma apresentação. Os Ventures gravaram mais de 250 discos, batendo também o recorde de produção e público. Nesse período venderam 110 milhões de exemplares, sendo um terço disso só no Japão, aonde se apresentaram duas mil vezes. Entre os nipônicos foram mais populares que Beatles e Jesus Cristo. O lance de tocar rock instrumental levava à loucura a juventude dos países fora do eixo inglês, linguisticamente falando. Entre seus principais hits estão Pipeline, Tequila, Wipe Out e Hawaii Five-O. Uma multidão de músicos se declararam fãs convictos do quarteto, entre tantos, eles: Ray Davies (Kinks), Paul Simonon (Clash), Keith Moon (Who), Steve Ray Vaughan, Ramones, Beach Boys e George Harrison. No Brasil nunca vieram, apesar da notável influência que exerceram sobre toda a Jovem Guarda. Bom, ainda há tempo.
Me pergunto agora: qual seria o segredo dessa longevidade toda? Talvez a resposta esteja lá no princípio: "Ande, Não Corra".
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
THE NOVAS: THE CRUSHER
Bundiando em tempos de velhas idéias novas resolvi montar um blog pra tirar toda essa fumaça da mente. Se você gostar da informação, compartilhe ou dê um toque, é bom para o moral. E vamos de ficção que virou a realidade que virou lenda. DÊ O PLAY E SENTA O OLHO.
"The Crusher" (O Triturador) é um desmedido chamado ao combate. Ficou conhecida na versão do The Cramps, mas os originais do rock aqui é uma banda de cabeludos do ultra-conservador Estado do Texas: THE NOVAS. O tema é uma homenagem ao wrestler Crusher Lisowski, que em 1963 havia conquistado o Cinturão Mundial de Luta Livre. O jargão conhecido do lutador era "Do the hammer lock, you turkeynecks!". Quando questionado sobre como treinava para um combate, Crusher afirmava que corria toda a orla de Milwaukee carregando um grande barril cheio de cerveja sobre cada ombro.
A banda, The Novas, era uma mixagem de duas novas: a atitude das bandas inglesas e a levada Surf americana. Corria com o seu tempo, e inclusive o nome próprio era inspirado num cobiçado carro da década, o Chevy Nova.
O quarteto gravou dois compactos, viajou pelos Estados vizinhos, participou de alguma coisa em TV e chegou a abrir shows dos Byrds, Hollies e Paul Revere, entre outros. Atingiu até uma certa popularidade entre os jovens de Dallas e redondezas, proeza distante à maioria das bandas de garagem da história.
The Novas chegou ao fim em 1968. Já o campeão Crusher Lisowski se apresentaria nos rings dos States por mais duas décadas, vindo a falecer em 2005, ano em que entrei no contra-baixo d’Os Migalhas tocando esse petardo nos palcos rasos do underground paulista (e mineiro).
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